quarta-feira, dezembro 02, 2009

Joelho

Péssima notícia: rompimento parcial de tendão. Putz, que cagada, mas também ninguém mandou...

Enfim, talvez tenha que operar, o que é um saco, mas ainda não sei. Veremos. Pelo jeito eu vou demorar uns 6 meses para voltar ao que era. Paciência.

domingo, novembro 29, 2009

Como é bom tomar umas cervejas em casa, receber os amigos, ficar tranquilo num sábado à noite. Eu sempre gostei de sair; sempre gostei da noite; de todas as loucuras da noite, principalmente num sábado à noite; mas hoje estou aqui em casa, na minha casa, jogando, tomando cerveja, pensando sobre a vida e tranquilo, apesar dos pesares.

Neste momento está Victor, meu sócio, jogando um videogame com meu priminho Gabriel, que já não é mais criança, e sim um adolescente (como faz diferença a passagem de tempo... - ele é quase um filho meu, talvez um irmão, não sei). Meus amigos de Pindamonhangaba estavam aqui até uns 20 minutos atrás, mas já foram, e esse tipo de coisa é o que eu mais gosto. Receber os amigos em casa, minha família, pessoas queridas.

Um bom sábado à noite. Muito sossegado, principalmente para um cara como eu, mas uma boa noite.

Boa noite, durma bem. Um beijo.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Joelho

Sempre tive um joelho muito bom, pratiquei corrida por 3 anos, cheguei a correr 20 km de uma tacada só, ótimos desempenhos. Tenho inclusive um treino em operação de câmera forte, com um desempenho muito bom, quase um steady cam.

Bom, isso por enquanto é passado. Meu joelho agora está meio capenga. Deu uma melhorada boa esses dias, mas acho que só voltará a ser o mesmo daqui a uns 2 meses, com fisioterapia e paciência.

Vou contar aqui o que aconteceu.
No meu aniversário de 30 anos eu fui para o sítio do meu pai, chamei uns amigos, tomamos umas cervejas. Um dos meus amigos, que é músico, trabalhava no sábado à noite e só chegaria por volta das 5 da manhã. Então eu e o Lúcio, outro amigo que é advogado, ficamos tomando cerveja para esperar. Por volta das 5 estávamos devidamente embriagados, quando chegou nosso amigo Renato. Tudo estava muito divertido.
Saímos para passear no pasto, onde estão os cavalos, e eu estava descalço. Fiquei brincando com um dos cavalos enquanto o pessoal descia o morro em direção ao lago. Então, como eu estava a uma certa distância, resolvi correr para alcançá-los, e, como se não bastasse eu estar descalço e bêbado resolvi correr de uma forma alternativa, Elefantía, como chamamos. Claro que o resultado não foi dos melhores, caí e machuquei o meu joelho. Não sei exatamente o que aconteceu, sei que doeu e ainda está meio dolorido. Tive uma filmagem na semana passada e senti uma diferença nos meus movimentos, antes ninjas, agora meio piratas da perna de pau.

Ok, segunda-feira começa o processo de cura. Essas coisas são um saco. Já me disseram para não beber e correr num pasto húmido descalço...

terça-feira, novembro 17, 2009

Unfinished Busines

Novamente tentando terminar os trabalhos interminados. O "Rascunho de Pássaro", como sempre uma Odisséia, sempre se arrastando em todos os processos, orçamentos, detalhes, reuniões, etc... mas dessa vez vai, porque até o começo do ano que vem ele tem que estar pronto, senão não sei se terei paciência para continuar.
O "Escombros" já quase tem prazo para sair, eu devo conseguir um telecine do material essa semana ainda, e finalizo até o fim deste mês, para lançar no início de janeiro, e fazer carreira. Vai ser interessante, apesar de ser um filme já um pouco antigo do meu repertório, num estilo que eu já superei.
Tudo indica que o ano que vem será bem promissor, vou lançar 3 filmes e 2 videoclipes, provavelmente ainda no primeiro semestre, quem sabe preparar para rodar um longa. Veremos, mas antes tenho que terminar o que está interminado.

terça-feira, outubro 13, 2009

Melancolia

Hoje foi um dia triste. O dia em si não foi triste, na verdade foi um dia que poderia muito bem ter sido um dia feliz, um dia normal, como outros dias. Mas no fechar das cortinas o dia acabou resultando triste, algumas coisas aconteceram deixando o panorama da existência mais triste.

É triste ouvir de alguém que um projeto que foi desenvolvido com muito carinho, por muito tempo, algo que parecia tão importante, não significou nada. Quando, na verdade, quem tem que fazer esse projeto significar é ele mesmo, transmitindo para outras pessoas, difundindo pelo mundo afora, só assim tem resultado. Talvez não o estudante experimental, que está provando esses caminhos estéticos e dramáticos todos apenas para entender alguams coisas, como entender a vida, por exemplo. Mas sim aquele que está se atirando de cabeça à arte.
É duro ver alguém talentoso, um artista nato, tendo que levar uma vida por outro caminho, completamente separado da arte, da expressão artística, por não ter nenhuma condição de largar tudo por uma vida tortuosa e difícil.
Às vezes as pessoas esperam coisas concretas, realizações materiais e imediatas de algo que é fluido e intangível. É difícil compreender o crescimento, o desenvolvimento da própria alma e da vida através de algo que não responde com resultados imediatos, materiais e palpáveis.

Viver de arte não é ter resultados imediatos. Viver de arte é se conhecer, se aventurar numa incógnita que está perdida dentro de si, é explorar essa incógnita, esse lugar desconhecido do meio de nossas almas. Viver de arte é saber olhar o mundo à sua volta. Olhar os detalhes e também olhar o todo, medir esses dois valores, experimentar.
A arte é inexplicável, incategorizável, indescritível, apesar de muito se tentar descrevê-la, sistematizá-la, medí-la.
É muito difícil cumprir espectativas concretas e materiais em cima de algo que depende completamente de uma paixão, de uma entrega incondicional. E cujo resultado seja algo inpalpável, intocável concretamente, matéria de sonho.
É muito difícil entregar-se ao incerto.

O mais curioso é que, vendo uma pessoa próxima questionar porque ela vem se esforçando tanto, dando tanto de si pelo cinema e tendo tão pouco resultado, eu também fico meio abalado. Não que eu vá desistir como ele, não, nem cogito essa hipótese. Já pensei nisso outras vezes, claro que já pensei em desistir, muitas vezes, não poucas, mas não dá, não quero, eu amo o que faço. Não que não pudesse fazer outras coisas, claro que poderia, muitas outras coisas, música, artes plásticas, biologia, letras, filosofia, sei lá, acho que eu gostaria de fazer várias outras coisas, além de cinema, mas isso é o que mais gosto, e acho que é onde tenho mais talento. Porém é um campo muito incerto, e que depende de um talento que vai além do talento artístico de filmar, um talento social, um talento de se saber vender, distribuir seu trabalho, negociar seu trabalho, saber quanto vale o desenvolvimento do seu intelecto para transformar uma idéia em um filme, ter uma auto estima forte, saber se posicionar. E isso não vale só para o cinema, isso está em muitas outras profissões também.
É difícil constatar o crescimento através da arte, é difícil ver, sentir, observar esse crescimento.

Se eu desistisse a cada passo mais difícil que dou, a cada trabalho que não dá resultado concreto, a cada pequeno obstáculo dentre esses milhares de obstáculos que temos que transpassar a cada semana... se qualquer pequena dificuldade já me derrubasse do cavalo não teria feito nada.

Mesmo as oportunidades que tive na vida, as mais simples, fáceis de aceitar e tocar adiante. Como ser advogado, que era algo simples, fácil, que estava nas minhas mãos, já que eu tinha possibilidade de cursar uma faculdade de direito, advogados na família, possibilidades de trabalho, um caminho para seguir já bem delineado. Teria sido muito, mas muito fácil me tornar um advogado.
Porém o mais difícil para mim foi protelar meus sonhos. O mais difícil foi não arriscar e tentar fazer as coisas do meu jeito, mesmo que eu não soubesse o que era meu jeito. Quando desisti de seguir com direito eu simplesmente não sabia o que faria da vida, não tinha a menor idéia. Cinema me apareceu como uma loucura, algo que eu sempre quis fazer mais nunca achei que fosse um caminho profissional.

Me lembro quando tinha 16 anos, estava no colegial, e disse para o meu pai que queria estudar música, que queria ser baixista profissional. Meu irmão, por incrível que pareça, me encorajou muito, me apoiou, disse que eu teria futuro nesta área (e, modéstia a parte, eu era um baixista com um puta potencial, tocava pra cacete e tinha jeito pra coisa). Meu pai me desencorajou completamente, disse que não dá para viver de música, que eu iria passar por muitas dificuldades, que, se um dia o país tivesse uma crise os músicos, assim como os atores e pessoas do entretenimento, são os primeiros a serem descartados. Que as verdadeiras profissões são aquelas que existem mesmo em tempo de guerra.
Estudei direito por 8 meses, cheguei a estudar para fazer medicina. Mas mudei de foco, desisti dessas áreas e me atirei às incertezas, à incógnita.
Seria um desperdício se eu me tornasse um advogado, um médico. Acho que eu seria bom mesmo é como músico, mas nunca me esforcei o suficiente nesta área, nunca tive coragem de me entregar. Em parte por ter sido brutalmente desencorajado, mas a culpa é só minha, eu sou o único responsável por minhas escolhas, e acho que escolhi bem, e não foi uma escolha fácil.

Acho engraçado também um sujeito, num escritório de um dos meus clientes, que olha para mim, vê meus trabalhos, e diz que tenho uma vida fácil, que ele tem inveja de mim, que também queria trabalhar com audiovisual. Se é tão fácil, e se é algo que ele quer, porque não parte para essa vida?
Acho que ele tem medo. Um medo que até eu sinto às vezes, aliás, muitas vezes. Nunca achei tranquila essa minha opção profissional, mas é um medo saudável, que te faz entender muita coisa. Se não existisse esse medo não teria graça.

Se não rolar um friozinho na barriga o que mais importa?

quinta-feira, setembro 03, 2009

Link novo "Noise James!"

Tomei vergonha na cara e coloquei o vídeo "Noise James!" em uma definição melhor, dêem uma olhada:



ou no youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=4XAgg7cvj6o

sexta-feira, agosto 28, 2009

Torrando o pão

Há quase um ano ganhei uma torradeira. Bom, na verdade não ganhei, ela estava quebrada, não ejetava mais os pães, e iam jogar fora (o que deveriam ter feito), mas como eu não possuia uma torradeira pedi para ficar, era só ejetar o pão manualmente manualmente.
Pois eis que hoje de manhã coloquei um pão e fui tomar banho. Ao sair do banheiro vi em meu apartamento, mais precisamente no teto dele, uma nuvem de fumaça branca espessa e muito, mas muito forte. Desliguei a torradeira que tinha um pão em brasas, quase passei mal, joguei na pia, dentro de uma vasilha suja que estava com água e lá ele permanece até agora.
O apartamento todo, as minhas roupas, toalhas, cabelos, sofás, tudo aqui agora está exalando cheiro de pão queimado.
Fato é que há um mês, mais ou menos, durante a madrugada eu estava trabalhando aqui no computador e coloquei dois pães para torrar. Voltei para cá e esqueci de tudo, só me lembrei quando a nuvem espessa de fumaça que fica no teto começou a descer e a me sufocar. Quando interrompi a torradeira já era tarde. Tive que abrir todas as janelas e sair de casa rápido, para não passar mal. O único problema é que era madrugada, dia de semana e não tinha para onde ir. Fui parar num posto de gasolina, numa loja de conveniência, onde comi um salgado horrível e tomei algo. Situação muito deprimente. Exilado de casa por conta de um pão torrado.

O efeito visual é bastante interessante, mais interessante que máquina de fumaça, pois parece um gelo seco, com a diferença de que a fumaça fica no teto, e não no chão. Porém, logo em seguida a fumaça se dissipa e sufoca, diferente da fumaça da máquina e do gelo seco. O ambiente fica insuportável, e o cheiro horrível. Se não fosse insuportável poderia ser usado em alguma filmagem.
Hoje até pensei em jogar fora a torradeira, mas não. Como eu não tenho outra torradeira vou ficar com essa.

segunda-feira, agosto 24, 2009

Câmera C

Tive um sonho muito estranho esta noite. Estava em uma cidade próxima a São Paulo e ia participar de um filme como ator. Seria o protagonista.
Não conhecia ninguém da equipe, os outros atores, havia sido chamado por terem visto algum material onde estou atuando na internet e pensaram que eu me encaixava no papel.

Chegando lá me deparei com pessoas jovens e com pouca experiência, exceto o diretor, que era um pouco mais velho e tinha uma bagagem grande, e insistia em filmar com a cãmera C. Mas o que viria a ser esta câmera era o mais intrigante. Era um trambolho que devia pesar uns 80 kilos, feita numa espécie de caixona de madeira azul, que, para ser operada necessitava de, pelo menos, duas pessoas, uma delas carregando a câmera, que ficava apoiada na cabeça e nos braços, e outra pessoa fazendo os enquadramentos e olhando como a imagem estava ficando, ou como ficaria, pois o sistema era todo um mistério.

Enfim, despertei antes do filme ficar pronto. Não sei se a câmera C era realmente uma boa câmera, ou apenas um trambolho. Mas pelo que o diretor dizia ela tinha uma imagem inigualável, com cores totalmente diferentes, texturas e uma definição própria. Fiquei curioso.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Acho que é isso...

Já faz bastante tempo que não escrevo algo no blog, que não me preocupo com ele, nem com nenhum dos meus outros blogs. Todos abandonados.
Não sei quando foi, exatamente, que fui perdendo esse pique de escrever sempre sobre algo aqui, e não direcionar minha escrita apenas para outras coisas, mais profissionais e menos lúdicas. Já faz um tempo que não escrevo apenas pelo prazer de escrever, de trabalhar alguma idéia sem nenhum compromisso.
Já deve fazer uns bons meses que não faço isso com gosto.
Devo estar com a crise dos 30 anos, afinal eu já, praticamente, tenho 30 anos. Apenas mais uns 2 meses e meio e pronto. E por alguma razão isso afetou a minha cabeça.

Eu também já não me sinto tão à vontade para escrever aqui neste espaço, ainda que seja sem nenhuma pretensão. Ou qualquer bobagem que me calhe na hora. Qualquer reflexão que eu possa ter tido em algum desses dias estranhos que venho vivendo.

Enfim, fiquei com vontade de escrever algumas coisas.

sexta-feira, junho 26, 2009

Quando foi que fiquei assim?

Preciso de um dia de folga. Não sei mais quanto tempo faz que estou trabalhando todos os dias, sem excessão. Hoje é domingo, exatamente 1:30 da madrugada e estou editando um vídeo interminável. E o pior é que sei que, depois desse tenho outro para editar, um pouco mais simples. E depois desse outro tenho mais três outros, que não tem um prazo fixo (ainda).
Como é possível criar e ter idéias no meio disso tudo?
A boa notícia é que continuo tendo idéias e criando no meio disso tudo. Nem sei como, mas ainda estou conseguindo tocar alguns projetos pessoais paralelamente a esse redemoinho.
Mas estou bem cansado.

Quando criança eu nunca pensei que fosse trabalhar tanto. Achava que ia ter uma vida tranquila, pois era um cara que gostava muito de contemplar as coisas. Contemplava a natureza, a música, o movimento da cidade do alto da janela do meu quarto. Porque eu vivi a vida quase toda, até os 25 anos, num prédio na Vila Mariana, um bairro tranquilo de São Paulo (antes era bem mais tranquilo que hoje), e meu quarto ficava no 18 andar, com uma vista enorme, onde se via todo o parque do Ibirapuera, a Avenida Paulista com suas antenas ao longe, e no horizonte o Pico do Jaraguá. De lá muitas vezes eu ficava contemplando o movimento da cidade, como se eu não fizesse parte disso. Olhava tudo do alto, às vezes um sol rachando sobre o asfalto, os carros e as pessoas.
Vista de cima a cidade é muito calma, lenta, às vezes até silenciosa. É muito diferente olhar a cidade passivamente, calmamente, com a calma de quem não é ainda adulto, de quem não tem preocupações relacionadas a dinheiro, prazos, contas, taxas, impostos, contratos, etc.
Hoje eu moro numa avenida, num apartamento térreo, em que as janelas não dão para nenhum lugar senão para um estacionamento. Pago contas e tenho preocupações de adulto. Tenho contratos, empresa, pago taxas, impostos, abusos do governo. Trabalho com arte, uma arte que nem sempre é tão arte assim, mas é, de certa forma arte. Alguns trabalhos são realmente artísticos - nunca ganhei muito dinheiro com esses - outros não, e são os que pagam as contas.
Hoje eu vejo que ganhar dinheiro não é tão difícil como parecia, mas é exaustivo. Ainda bem que sou bem resistente e não me canso tão fácil.
Vou voltar a trabalhar, já se passou 10 minutos aqui escrevendo e assim não conseguirei terminar antes das 5.

sexta-feira, junho 19, 2009

Jim Morrison

"I see myself as an intelligent, sensitive human, with the soul of a clown which forces me to blow it at the most important moments."

"
It's like gambling somehow. You go out for a night of drinking and you don't know where your going to end up the next day. It could work out good or it could be disastrous. It's like the throw of the dice."


Ok, aqui então estão duas citações em inglês do Jim Morrison, as quais me identifico profundamente, mas muito mesmo.

terça-feira, junho 16, 2009

Cigarro

Sou alérgico a cigarro e tenho asma. Desde criança detesto que fumem perto de mim, porém nunca respeitaram essa minha decisão, tendo sido obrigado a suportar cigarro dentro de automóveis fechados, em casa, e até quando minha mãe estava grávida de mim. Com 5 anos, aproximadamente, cheguei a ter problemas por esconder o cigarro dos meus pais.

Quando surgiu o fumódromo, imediatamente pensei: uma primeira vitória - parecia algo bom.

Porém eu havia esquecido que meu pai, minha mãe, minhas avós e avôs, eram todos fumantes inveterados (meu pai chegava a fumar 5 maços por dia). Futuramente meus dois irmãos viriam fumar também (assim como quase todos os meus amigos).
Então, toda vez que eu saía para jantar fora, ou qualquer coisa que o valha, era obrigado a sentar na área de fumantes - novamente não tendo minha opinião e decisão respeitada: eu sempre fui minoria. E o que parecia uma vitória se transformou numa amarga derrota, até pior do que antes, pois a partir deste momento eu passei a frequentar lugares onde só tinham fumantes, onde estavam concentrados e dispostos a fumar até durante a minha refeição.

Em seguida, quando mais velho, não deixei de sair com meus pais e nem meus irmãos, e eles nunca respeitaram minha vontade de ter meu jantar livre de cigarro - fumantes, em geral, não costumam respeitar não fumantes, simplesmente desrespeitam como se fosse a coisa mais normal do mundo invadir a liberdade do outro que não quer se intoxicar. E ainda jogam suas imundas bitucas no chão como se fossem biodegradáveis.

Mais problemas tive quando comecei a ter uma vida social noturna. Tive que abandonar muitas festas antes da hora, deixei de conhecer muitas pessoas, pois a fumaça do ambiente não me permitia a permanência. E se fuma em todas as casas noturnas - sendo abertas ou fechadas e abafadas - não faz diferença, o fumante acende seu cigarro sem se importar com nada. E não há outra opção - quando o não fumante poderia procurar um lugar onde não se fuma, este lugar não existe. E se existisse amigos não iriam comigo, eu seria obrigado a ter apenas amigos não fumantes.

Apesar desta extrema exposição ao cigarro, durante muitos anos (quase 3 décadas), nunca consegui me acostumar, nunca deixei de passar mal com a fumaça. De nenhuma forma o problema amenizou.

Enfim, a minha qualidade de vida foi extremamente prejudicada em função do cigarro. Perdi muita coisa valiosa em minha vida por isso. Estragou momentos, companhias, jantares e tornou muita coisa que deveria ser boa em insuportável. Eu me sinto no direito de processar as empresas fabricantes de cigarro por conta dessa destruição de parte da minha vida.

Agora há uma lei que é uma esperança. É algo que sempre esperei, e que sempre achei necessário.
E é claro que a indústria de cigarro está tentando de todas as formas impedir que a lei entre em vigor: não há forma mais eficiente de se difundir o fumo que obrigando as pessoas a conviverem com a fumaça em ambientes fechados. Essas pessoas se viciam pelo cigarro dos outros, e passam também a fumar. Alguns passam a fumar para poder suportar estes ambientes.


Nota: achei engraçado ler em outro blog um post criticando a lei, dizendo algo como "até em teatros, quando se fuma em cena, será proibido..." - dizendo que isso é um absurdo. Que use cigarro cênico, que use a criatividade para superar isso. Por acaso as balas dos revólveres cênicos também são reais? As facadas encenadas perfuram realmente? As porradas? (bom, algumas porradas cênicas são reais mesmo...). Tenha a santa paciência.

sexta-feira, junho 05, 2009

Beirada

Outra noite tive um pesadelo, depois de tanto tempo sem ter um sonho que possa ser classificado como um pesadelo.
Interessante como o medo se desenvolve quando se está dormindo. Acordado eu sei que não há nada a temer.
São incertezas, e muita coisa, muita coisa.
E essas incertezas são assustadoras. Porém se fossem certezas mais assustador seria. Seria o fim.

A impressão mais forte que tive na minha vida foi quando, com uns 20 anos, pensei sobre milhares e milhares de coisas, tantas coisas, um abismo.
Antes disso tive sempre uma esperança de um dia entender todo aquele tamanho, as dimensões do mundo, do universo. Entender toda aquela realidade gigantesca e avassaladora deste mundo que nos engole.
Aos vinte anos eu perdi essa esperança. E tive essa sensação por alguns anos - talvez a sensação mais forte que já tenha tido na vida.
Desde pequeno o mundo me parecia um abismo. Profundidades abissais que se desenrolavam diante de meus olhos. Em todas as regras, ordens, possibilidades, meios de vida, culturas, idiomas, tamanhos, o infinito.
Até nos encontros, desencontros, amores e desamores.

E aqui está a beirada do infinito.
Basta olhar adiante, em qualquer destas letras, frases, regras e conjunções que esboçam este e qualquer texto, para qualquer lado que olhar, seja para o chão, seja então para o céu, lá está o infinito.
Cada letra carrega o infinito na sua origem.

Às vezes, dentro de casa, o infinito parece distante. O infinito parece colocado da porta pra fora, na imensidão do céu, das estrelas. Ou na imensidão do mar, que é uma imensidão mensurável embora não deixe de ser imensa.
E apesar de o imenso não ser infinito, diante do mar somos infinitos na nossa pequenitude.
Diante do céu.

Lembro que quando criança meu maior pesadelo, o pesadelo que eu tinha sempre ao dormir, o que voltava sempre, quase todo dia, era um pesadelo do infinito.
Lugar sem fim, onde eu pendia de um lado para outro, levado por forças infinitas, que se deslocavam como uma chama ou como água de um lado para outro. Era um lugar sem nenhuma luz, totalmente escuro, mas dava para ver o infinito.
Sempre dá pra ver o infinito. Não é preciso nem abrir os olhos. O infinito está lá.
O infinito reside nossas almas.
Estamos na beirada do infinito.

sábado, maio 16, 2009

terça-feira, abril 07, 2009

O oceano

É gigantesco, e é pra lá que eu vou. Um dia. Como sempre pensei que iria.

A infinitude de água salgada. E as braçadas até o horizonte.

As ondas que mostram o que é a vida. E a vida que mostra o que são as ondas.

E a despretensão de escrever qualquer coisa que vem à mente. E qualquer mente que escreve qualquer coisa.

E o tempo que se perde se perguntando (ou que perde-se perguntando-se), se se deve ir até onde se quer ir, que se seja só pra voltar com um não.

E tudo o que fazemos quando estamos preocupados demais para fazer a coisa certa. E tudo o que fazemos fazendo demais para não fazer nada.

E todas as vidas que se desperdiçaram, e que ainda hão de se desperdiçar por isso - e por nada.

E tudo o que eu não vi,
E mais ainda pelo que não vi,
e tudo que não conheci,
nem viverei,
e tudo que não conhecerei.

E não me importa a rima, esse grilhão terrível, que assola nosso íntimo pensamento.

E não me importa a métrica, ainda que eu faça uso dela,
sem querer, sem nem pensar, assim do avesso.

Não me importa nada disso,
Só que o oceano é gigante, e abarca tudo isso,
e muito muito mais.

E que o oceano sempre esteve lá,
me chamando,
esperando eu entregar tudo o que tirei de lá.

quarta-feira, março 25, 2009

Abraçando o mundo

Parece que eu não aprendo. Cá estou novamente abraçando o mundo, trabalhando todos os dias, sem excessão, e sem folga. Mas o mais importante: sem cansaço e livre.

sábado, março 14, 2009

Profilaxia contra depressão

5 horas de corrida por semana.
Alimentação saudável.
Menos álcool e mais suco.
Foco.

sexta-feira, março 06, 2009

o próximo

...tempo.

Próximo.

Muito próximo.

Estão todos prontos para o próximo tempo.
Irregular.
Impensado ainda.
Tudo assim.

Nossos amigos no infinito.

Grandes amigos esses,
que tem tão grande valor.


Ponto.

Ponto.


De novo.
Durmamos todos.
E que nossa vida seja verdadeira.
Vivendo o que fomos sujeitos a viver.

Um...


...


...abraço...


Otá...

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Boa viagem

Hoje o meu amigo Pedro Ivo volta pra França, Paris, pra ser mais exato. Então espero que tudo dê certo nessa empreitada, e que ele consiga atingir seus maquiavélicos objetivos por lá. E que eu consiga ir visitá-lo de novo esse ano, claro!

Agora anotações noturnas:

26 - 02 - 09

3:36 AM

Acabo de despertar de um sonho perturbador.
Andava por uma rua escura, lembrança de uma viagem. Talvez tenha me lembrado desse momento por estar trocando emails com certos franceses que conheci pouco antes de enfrentar essa cidade, que era Praga. Eu estava indo de Budapest para Praga no trem noturno, e durante a viagem fiquei amigo de três franceses que estavam na cabine ao lado, Alexis, Charles e Hélène. Eles moravam em Praga por um tempo, e me indicaram como eu faria para chegar no albergue que queria.
Estação central de Praga, 4:00 AM - uma puta escuridão nas ruas, periferia, pontes, trilhos de trem, pixações nas paredes. Os franceses foram por um lado e eu fui para outro, em direção a uma parte mais obscura da cidade. Me perdi durante uma meia hora por caminhos sujos e escuros, até que resolvi passar por baixo de alguns viadutos e fui parar num lugar próximo a onde seria o albergue. E debaixo desse viaduto havia uns sujeitos mal encarados, aparentemente usando drogas, e eu com a minha mala e todo meu dinheiro comigo, mas não tinha opção, sabia que era o único caminho e fui, e deu tudo certo. Achei o albergue depois de um tempo perdido. Era uma portinha com uma escada em uma rua, numa encosta de um morro onde passava o trem. Enfim, o sonho não era isso.
O sonho: andando por essa mesma rua que acabei de descrever, vi um sujeito estranho que portava um machado, e com este machado ele destruía carros fazendo bastante barulho. E de cima de um prédio alguém começou a atirar pratos de porcelana em sua direção. O homem se movimentava rápido, e os pratos não o atingiam. Até que ele se sentou próximo a mim, num monumento em uma praça bem suja. E uma luz iluminava sua face, que estava baixa. Ele vestia uns trapos sujos, tinha um pouco de barba e cabelo cortado curtinho, aproximadamente 30 anos de idade. Tinha sangue em sua cabeça e ele parecia muito perturbado com algo, tomado pela insanidade.
Então um prato atingiu sua cabeça. Ele não reagiu e vieram outros objetos. De repente várias pessoas atiravam várias coisas contra ele, que não reagia.
Despertei assustado.
Não devia ter lido Walt Whitman antes de dormir.


Leaves Of Grass

pg. 98

[To Think Of Time]

(...)
"Have you feared the future would be nothing to you?

Is today nothing? Is the beginningless past nothing?
If the future is nothing they are just as surely nothing."

(...)

"When the dull nights are over, and the dull days also,
When the soreness of lying so much in bed is over,
When the physician, after long putting off, gives the silent and terrible look for an answer,
When the children come hurried and weeping, and the brothers and sisters have been sent for,"
(...)

pg. 100

"Rapid the trot to the cemetery,
Duly rattles the deathbell... the gate is passed... the grave is halted at... the living alight... the hearse uncluses,
The coffin is lowered and settled... the whip is laid on the coffin,
The earth is swiftly shovelled in... a minute... no one moves or speaks... it is done,
He is decently put away... is there anything more?

He was a goodfellow,
Freemouthed, quicktempered, not badlooking, able to take his own part,
Witty, sensitive to a slight, ready with life or death for a friend,
Fond of women, ...played some... eat hearty and drank hearty,
Had known what it was to be flush... grew lowspirited toward the last... sickened... was helped by a contribution,
Died aged forty-one years... and that was his funeral."
(...)


[The Sleepers]
pg 105

"I wander all night in my vision,
Stepping with light feet... swiftly and noiselessly stepping and stopping,
Bending with open eyes over the shut eyes of sleepers;
Wandering and confused... lost to myself... ill-assorted... contradictory,
Pausing and gazing and bending and stopping."

(...)

"The blind sleep, and the deaf and dumb sleep,
The prisioner sleeps well in the prision... the runaway son sleeps,
The murderer that is to be hung next day... how does he sleep?
And the murdered person... how does he sleep?"

sábado, fevereiro 21, 2009

Notícias

Se tem um tipo de notícias que eu não suporto, realmente dispenso e acho a coisa mais absurda, é a notícia de trânsito. Me encontro várias vezes em engarrafamentos por São Paulo (por sorte nem tantas vezes assim) e, rodando pelas rádios ávido por notícias relevantes sobre a situação sócio-político-bélico-cultural mundial e brasileira, eis que me deparo com algumas rádios dando notícias sobre o trânsito. De como está ruim na 23 de Maio sentido centro, e quem vai para a Granja Vianna pela Raposo Tavares tem que se preocupar com tais e tais kms... e por aí vai.
Pra mim não há nada mais redundante que estar preso em um engarrafamento escutando notícias sobre engarrafamentos ao vivo. Costumo me satisfazer com o engarrafamento que estou enfrentando, sem precisar me preocupar com mais engarrafamentos. E acho muito difícil, pra não dizer impossível, conseguir escapar de algum graças às notícias sobre engarrafamentos.
Veja bem, não me entenda mal, não é que quero estragar a vida destes repórteres automotivos, ou o que seja, mas acho tudo isso de uma grande estranheza.
Acho que minha mãe escuta esse tipo de notícias, me lembro alguma vez estar no carro com ela com esse tipo de notícias sendo transmitido, sem que ela mudasse de estação. Não sei quantos engarrafamentos ela já evitou graças à este costume, nem sei quantos minutos de vida ela já economizou fora dos volantes.
Fico, às vezes, imaginando uma imagem de um senhor de 98 anos, sentado em uma cadeira de balanço, olhando uma pequena rua engarrafada e ouvindo notícias de engarrafamentos.
Outro tipo de notícia que não me interessa muito são notícias sobre futebol. Principalmente comentários e avaliações. Tudo bem, admito que sou um chato nesse quesito. Sempre fui. Na escola eu me recusava a jogar futebol nas aulas de educação física. Às vezes ficava de juiz. Não sei se é porque eu jogava muito mal, ou talvez eu jogasse mal por nunca jogar. Mas que futebol tem sua relevância, até admito. Nem sei o grau de relevância, nem me arrisco a dizer. Mas tem alguma, sem dúvida.
E por fim, as notícias de carnaval.
Me peguei hoje lendo notícias, a esta hora da manhã, e quando menos percebo estou passando pelas páginas do carnaval olhando uma foto da Ellen Roche semi nua (vai, não estava tão semi nua assim, pelo menos não para o meu gosto...), e me dei conta de que seria mais produtivo entrar num site pornô, se fosse para ver isso. Não que eu odeie carnaval, nem nada. Muito pelo contrário, costumo gostar muito. Costumo ir à loucura nesse período do ano. Me embriagar e dançar um samba mal dançado pelas ruas carnavalescas pelos cantos desse país. Mas este ano não. Decidi deixar esse feriado para outra hora e aproveitar esse tempo livre para escrever (não no blog, mas ok), escrever alguns projetos.
E todo ano é a mesma coisa, aquelas escolas de samba todas. As mulheres semi nuas. E tudo isso.
Mas não quero arruinar o carnaval de ninguém.
Só porque eu acordei de mal humor. Sozinho em casa num carnaval ensolarado. Longe da praia. E cheio de trabalho pra fazer... com a válvula da privada entupida, louça pra lavar...

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Devaneios

Vários devaneios.
Quando eu era criança, acho que entre os 6 e 12 anos, íamos, meus pais, irmãos e eu, muito ao interior do estado de São Paulo. Costumávamos ir para alguns lugares, dentre eles Ribeirão Preto (pra ser mais preciso, São Simão, que era muito pequenininha na época). Ficávamos numa fazenda que antigamente tinha sido de cultivo e processamento de cana de açúcar. Quando estávamos na casa, eu e meu irmão nos juntávamos com o Kiko, que é filho de amigos de nossos pais, e saíamos pela fazenda Santa Clara a fazer várias coisas. E sempre que entrávamos na antiga usina de açúcar desativada eu ficava maravilhado.
Aquele lugar, até hoje, foi um dos lugares mais incríveis que eu já estive. Uma fábrica abandonada ao nosso dispor e livre exploração. Me lembro de entrar em um funil de metal imenso, escorregar até o centro. De subir em uma estrutura bem alta dentro do galpão e ver ninhos de aves. E também brincávamos muito num tanque enorme e cheio de divisões que se parecia muito a um labirinto - não tenho idéia para que serve isso.
Mas o dia que foi mais marcante foi quando estávamos passeando no entorno da usina, pelo matagal, e eu vi uma tampa de concreto, tapando um buraco grande de uma saída também de concreto, no meio do mato, entre as plantas. Fiquei muito curioso e tentei empurrar a tampa. Quando o Domício (meu irmão) e o Kiko decidiram ajudar, conseguimos arrastá-la.
O buraco era enorme, cabia uma pessoa de pé lá dentro (uma pessoa, nesse caso uma criança de 12 ou 13 anos), e o chão, as paredes, tudo, era preto, bem preto - (o que constatei depois que era uma camada de um palmo de fuligem no chão e na parede).
Entramos no buraco, que era uma espécie de túnel, com paredes de tijolos dispostas de forma abobadada.
No corredor, mais à frente, dava pra ver uma parte mais aberta, um pouco maior, de onde vinha uma suave claridade, logo a frente, numa bifurcação. Andamos até lá e vimos que era o lugar embaixo da chaminé da usina, que é bem alta e ficava um círculo aberto entrando o sol. E na parede tinha uma escadinha de ferro chumbada, que levava até o alto. Na hora eu pensei em subir por ela, e comecei. Meu irmão ficou bravo e tive que parar, ele falou que era perigoso e tal. E ouvimos um barulho muito forte, que se parecia com um chocalho de cascavel ou algo parecido. Vinha de um enorme buraco na parede, que ficava situado ao lado da escadinha, numa parte um pouco superior. Ficamos muito intrigados e eu decidi subir para ver o que era o barulho, porque não podia ser uma cascavel.
Quando olhei pelo buraco vi um filhote de coruja enorme, daquela Coruja-branca, ou Suindara, bem comum na região. O filhote fazia esse barulho para afungentar possíveis predadores, e era horrível, com um bico medonho. Mas muito interessante.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Fertilização

Pois é, esses últimos tempos eu venho andando com as idéias muito férteis. Acho que é porque tenho merda na cabeça, e isso tem adubado minhas idéias de forma muito eficiente.

Noite passada eu tive sonhos incríveis, até cheguei a ter um momento de semi consciência para anotar o sonho, mas estava querendo ver até onde ia, e preferi continuar. Então acabei esquecendo a linha principal do sonho.

A situação era uma volta à infância, e a minha participação no sonho era indireta, eu não era o protagonista e nem tenho certeza se estava dentro do personagem que me representava, talvez fosse algo em terceira pessoa, não me lembro direito. O que me lembro é uma cena na praia, onde eu estava com dois amigos, uma menina e um menino, e éramos muito próximos (não me lembro quem eles representavam da minha vida real). Os dois eram apaixonados um pelo outro, mas a menina tinha um namorado um pouco mais velho, que estava ali por perto.
Então os dois se afastaram de mim, eu fiquei vigiando para ver se o namorado da garota não aparecia, e eles tiveram seu primeiro beijo.

A menina vinha tentando terminar este namoro, mas o namorado não deixava, então ela resolveu que não ia deixar passar a oportunidade e traiu o rapaz.
Pouco tempo depois estávamos indo para a casa abandonada, que era onde guardávamos algumas coisas nossas. Entre elas um equipamento de áudio muito rústico, que eu controlava em sessões de música que apresentavamos no nosso pequeno vilarejo (era um lugar bem charmoso, que me lembra um lugar em que estive há muitos anos, lá em Ilha Grande, um pequeno vilarejo de pescadores na beira do mar).

No caminho da casa se juntou a nós o namorado da garota, e ele estava puto da vida, pois percebia que ela estava fugindo dele, e começou a maltratá-la. Então, quando já estávamos dentro da casa, eu o tranquei em um quarto abandonado e ele começou a chorar, sozinho no escuro. Fiquei com pena, então fizemos todos um pacto de paz e ele foi liberado.

Logo depois, já com o equipamento, fomos testar para uma sessão de música que íamos ter à noite. Porém, não sei o que aconteceu com a rede elétrica local, que um curto no equipamento fez com que todo o vilarejo ficasse sem luz. E alguns adultos apareceram preocupadíssimos, pois uma outra amiga nossa estava passando muito mal, estava inconsciente e ninguém sabia o que fazer, pois já estava anoitecendo.

insetos, aracnídeos e afins

Ao tomar banho, hoje pela manhã, numa bela ressaca e cansado, resultado de um sono intranquilo, com sonhos estranhos e perturbadores (sonhei que fui picado por uma aranha marron... elas estão infestando meu apartamento... e sonhei também que meu cactus crecia de uma forma absurda, ocupando uma parte enorme do apartamento), eis que tive uma visão mais perturbadora que tudo que sonhei à noite: uma "Mosca de Banheiro" em meu box.
Fiquei enfurecido e a esmaguei contra a parede num ato de reflexo e fúria.

domingo, fevereiro 08, 2009

Fadiga

Primeira postagem de 2009... arre, quanto tempo demorei pra sentar a bunda nessa cadeira e escrever alguma coisa.
Então, ontem à noite, antes de dormir (indo dormir relativamente cedo, descansado, tranquilo e sóbrio num sábado à noite - situação que antes era muito rara, mas ultimamente tem sido bem frequênte), decidi que retomaria este espaço esquecido. Que voltaria a escrever como costumava escrever nos meus outros três blogs há três ou quatro anos (sim sim, tenho 4 blogs, mas os outros são secretos, e alguns estão abandonados, eis um deles: http://www.mensagemtremula.blogspot.com/).
Não sei pra quem escrevo, fato. Pra quem ler, pra ninguém, pra mim mesmo (essa sorte de egocêntrico que sou).
Nem sei o que escrever, claro. Se soubesse não escreveria, ficaria com preguiça.
Em geral abobrinhas, asneiras, reflexões de mesa de bar, o que mais poderia escrever?
Poderia mudar de idéia e reservar esse espaço às traças, companheiras de longa data dos meus livros na minha estante.
Posso também publicar minhas observações de minha nova ocupação: dona de casa. Pois agora essa ocupação divide comigo minha porção cineasta maluco. Músico esquecido, ou artista plástico que não desenha nem pinta. Ou boêmio que não bebe (ok, eu ainda bebo, e bastante - ainda não deixei a boemia).
Poderia escrever algo sobre a erradicação das moscas de banheiro. Pois foi uma de minhas grandes vitórias aqui em casa. E tudo graças à uma limpeza profunda dos ralos do banheiro. Tarefa difícil e asquerosa. Tirei algo aproximado a 1 kg de matéria argilosa de dentro desses furúnculos para onde escorre a água de meus banhos. E as moscas desapareceram junto. Essas que eu travava batalhas longas durante o banho, espalmando-as contra a parede.
Pensei também em mexer nas características desse blog. Tipo cor do fundo, cor das letras... etc. Cuidar um pouco disso aqui, que tá meio feito de qualquer jeito, fruto de preguiça e desleixo. Mas acho que não vou fazer isso hoje. Tenho uma pilha de louça pra lavar.