quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Boa viagem

Hoje o meu amigo Pedro Ivo volta pra França, Paris, pra ser mais exato. Então espero que tudo dê certo nessa empreitada, e que ele consiga atingir seus maquiavélicos objetivos por lá. E que eu consiga ir visitá-lo de novo esse ano, claro!

Agora anotações noturnas:

26 - 02 - 09

3:36 AM

Acabo de despertar de um sonho perturbador.
Andava por uma rua escura, lembrança de uma viagem. Talvez tenha me lembrado desse momento por estar trocando emails com certos franceses que conheci pouco antes de enfrentar essa cidade, que era Praga. Eu estava indo de Budapest para Praga no trem noturno, e durante a viagem fiquei amigo de três franceses que estavam na cabine ao lado, Alexis, Charles e Hélène. Eles moravam em Praga por um tempo, e me indicaram como eu faria para chegar no albergue que queria.
Estação central de Praga, 4:00 AM - uma puta escuridão nas ruas, periferia, pontes, trilhos de trem, pixações nas paredes. Os franceses foram por um lado e eu fui para outro, em direção a uma parte mais obscura da cidade. Me perdi durante uma meia hora por caminhos sujos e escuros, até que resolvi passar por baixo de alguns viadutos e fui parar num lugar próximo a onde seria o albergue. E debaixo desse viaduto havia uns sujeitos mal encarados, aparentemente usando drogas, e eu com a minha mala e todo meu dinheiro comigo, mas não tinha opção, sabia que era o único caminho e fui, e deu tudo certo. Achei o albergue depois de um tempo perdido. Era uma portinha com uma escada em uma rua, numa encosta de um morro onde passava o trem. Enfim, o sonho não era isso.
O sonho: andando por essa mesma rua que acabei de descrever, vi um sujeito estranho que portava um machado, e com este machado ele destruía carros fazendo bastante barulho. E de cima de um prédio alguém começou a atirar pratos de porcelana em sua direção. O homem se movimentava rápido, e os pratos não o atingiam. Até que ele se sentou próximo a mim, num monumento em uma praça bem suja. E uma luz iluminava sua face, que estava baixa. Ele vestia uns trapos sujos, tinha um pouco de barba e cabelo cortado curtinho, aproximadamente 30 anos de idade. Tinha sangue em sua cabeça e ele parecia muito perturbado com algo, tomado pela insanidade.
Então um prato atingiu sua cabeça. Ele não reagiu e vieram outros objetos. De repente várias pessoas atiravam várias coisas contra ele, que não reagia.
Despertei assustado.
Não devia ter lido Walt Whitman antes de dormir.


Leaves Of Grass

pg. 98

[To Think Of Time]

(...)
"Have you feared the future would be nothing to you?

Is today nothing? Is the beginningless past nothing?
If the future is nothing they are just as surely nothing."

(...)

"When the dull nights are over, and the dull days also,
When the soreness of lying so much in bed is over,
When the physician, after long putting off, gives the silent and terrible look for an answer,
When the children come hurried and weeping, and the brothers and sisters have been sent for,"
(...)

pg. 100

"Rapid the trot to the cemetery,
Duly rattles the deathbell... the gate is passed... the grave is halted at... the living alight... the hearse uncluses,
The coffin is lowered and settled... the whip is laid on the coffin,
The earth is swiftly shovelled in... a minute... no one moves or speaks... it is done,
He is decently put away... is there anything more?

He was a goodfellow,
Freemouthed, quicktempered, not badlooking, able to take his own part,
Witty, sensitive to a slight, ready with life or death for a friend,
Fond of women, ...played some... eat hearty and drank hearty,
Had known what it was to be flush... grew lowspirited toward the last... sickened... was helped by a contribution,
Died aged forty-one years... and that was his funeral."
(...)


[The Sleepers]
pg 105

"I wander all night in my vision,
Stepping with light feet... swiftly and noiselessly stepping and stopping,
Bending with open eyes over the shut eyes of sleepers;
Wandering and confused... lost to myself... ill-assorted... contradictory,
Pausing and gazing and bending and stopping."

(...)

"The blind sleep, and the deaf and dumb sleep,
The prisioner sleeps well in the prision... the runaway son sleeps,
The murderer that is to be hung next day... how does he sleep?
And the murdered person... how does he sleep?"

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