sexta-feira, março 30, 2012

Hoje

Te ligaria hoje, agora.
Neste instante.
Escutaria a sua voz, falaria com você bastante.
Não estaria calmo e nem tranquilo.
Escutaria o que você tem pra dizer, mas sei que você não quer dizer nada, falaria alguma coisa qualquer, mas nem sei o que teria pra dizer, queria mais é só ouvir, ver o que passa pela sua cabecinha.
Não tentaria entender nada.
Não tentaria desculpar ou pedir desculpas.

Sei que você iria embora se eu aparecesse.
Sabendo que eu estaria você não estaria.
Mas eu iria para onde você está agora, só pra ver, pra experimentar te ver assim, ao longe, com quem quer que seja, depois de tanto tempo nem importa.

Mentira. Importa sim, e muito.
Mas só pelos ciúmes.
E pelas saudades.

Enfim, deposito aqui estas palavras hoje, como tenho depositado todos estes tempos, para que decantem.
Como decantam as partículas na água da piscina.
Como decanta o mundo na inércia das chamas do sol. Que ardem na terra.

Jazz etílico

Cambaleando pela vida, pelas noites de jazz etílico e pelas alvoradas brutais nesta cinza cidade.
Que forma intensa de passar os dias e as noites.

Essa tarde que agora nasce, nesta casa que abriga o trabalho, neste trabalho que abriga casa.

E se vão os dias nesse ritmo descompassado, quebrado e solto, neste jazz etílico que poderia dar samba.

Os dois

Hoje saí de casa de manhã e estavam os dois ali, dormindo, na cama da sala. Me deu vontade de chorar, ver que amanhã acaba a viagem deles, assim como acaba a minha viagem pelo Brasil, viagem que eu fiz sem sair de casa.
Amanhã a Ari e o Guille se vão, e eu sei que eles vão se separar por um longo tempo, ele vai pra Nova Yorke e ela vai pra Londres, vão ficar, pelo menos, alguns meses distantes, vão se ver somente em encontros. E ver eles dois lá em casa, abraçados, dormindo, no fim desta viagem, foi comovente.
Amanhã vão embora. E se acaba este encontro.
É triste, embora seja feliz por ter acontecido, pelo menos.
Pelo menos teve encontro. E terão outros.

quarta-feira, março 28, 2012

Flor morta

Regando esta flor morta em vaso seco. Rotina desnecessária e sem sentido.
Enquanto ao lado brota uma nova planta, que espera a água e o sol.

quarta-feira, março 07, 2012

Saudades

Todos os dias, o dia todo, da hora que eu acordo até a hora que eu me deito. Uma hora tem que acabar. Que acabe antes que acabe comigo.