sexta-feira, dezembro 24, 2010

Quem é você?

É, você mesmo?
Que está aí, desse outro lado da janela, lendo tudo e calando. Olhando todos os desdobramentos de tudo o que eu estou confessando aqui neste papel digital. Lendo impassivelmente sem dizer nada, todos os dias. E eu que escrevo pouco, uma vez por mês. Mas de vez em quando me dá esse estalo. E escrevo sem parar. Mas dificilmente publico no blog.

Tem vezes que escrevo todo um post e apago no final. Porque já não tenho certeza se deveria escrever aquilo ou não. Mas não importa. Aqui está. Pra quem quiser ler.

Proporção

É tudo o que queremos. Mas é tão distante da realidade, sempre tudo tão desproporcional. O amor que você sente é desproporcional ao amor que te é retribuído. A dor que sente não é proporcional ao prazer. E o calor não é proporcional ao frio.

Algumas coisas dão medo. Mas depois de algumas cervejas você nem quer mais saber. Nada mais importa, você pode falar qualquer coisa, sem medo de assustar ou afastar.

Como diz a letra da música que ouço agora: "Are you gonna sink or swim"...

Swim.

To tendo uma crise de melancolia e saudade. Tem momentos na nossa vida que a gente olha pra trás e vê o tamanho de tudo o que aconteceu, de tudo o que passamos, todas as histórias, todos os amores, as dores e os lugares que conhecemos. E são muitas coisas, tantas que não cabem na minha memória. Mas cabem no coração.

domingo, dezembro 12, 2010

Domingo

Um dia de ressaca, depois de ontem, onde várias coisas aconteceram. Um sábado de verdades esfregadas na cara. E hoje um domingo de imensas possibilidades. Mas o que eu quero é só um cinema e um pouco de diversão. Um bom almoço e não quero filmar nada. Mas talvez eu tenha que filmar uma coisa. Talvez não, eu tenho um negócio pra filmar, mas não sei se farei hoje ou se farei amanhã.

Tenho tudo nas minhas mãos. Todo o equipamento que sempre precisei. Toda a infra estrutura para fazer o que eu sempre quis. E estou fazendo algumas coisas que sempre quis. Mas ainda não tenho todas as respostas. Não sei exatamente para quem eu devo ligar hoje. Não sei exatamente o que estou fazendo. Mas continuo fazendo.

Nem sei se deveria escrever isso ou não, mas na dúvida eu escrevo. E o problema não é meu. É de quem me lê. Afinal de contas eu não tenho compromisso nenhum com esse blog. Só sou dono dele, apenas isso, aplico aqui a minha propriedade. E só.

Outro dia uma amiga que faz um projeto comigo me perguntou qual era o meu blog, para ela publicar no nosso projeto. Achei isso muito estranho, porque meu blog é meu espaço pessoal, embora seja aberto a qualquer um, é pessoal e íntimo. Embora tampouco seja tão íntimo assim, eu quero pra ele a liberdade de continuar colocando o que eu quero. Não é o meu site, ou as notícias que acontecem acerca da minha própria pessoa. Não. Não é um espaço para eu falar de mim mesmo, de meus projetos e me divulgar. Não. O que eu falo de mim aqui não é para as pessoas lerem, embora eu saiba que algumas pessoas acabam lendo, o que eu falo de mim aqui, só falo porque sou egocêntrico demais para falar apenas de outras coisas além de mim mesmo.

Meu egocentrismo não me permite falar apenas de outras coisas senão de mim mesmo. Enfim, esse é o meu espaço e falarei o que quiser. Mesmo se não tiver nada para dizer e ficar apenas dando voltas sobre este assunto: não ter nada a dizer. Já é alguma coisa.

O blog de um amigo, que venho acompanhando há alguns meses, está, ultimamente, nesta fase, de dizer que quer dizer alguma coisa, de escrever que gostaria de escrever mais, de adiar para o dia seguinte a dívida de colocar alguma coisa interessante para as pessoas lerem.

É um dizer que vai e prometer para si mesmo com os leitores de testemunhas sempre adiando-se a si mesmo. Recentemente ele escreveu dia após dia que ia escrever todos os dias durante um tempo, qualquer coisa que fosse. Prometia escrever e produzir mais, que não deixaria seus leitores na mão, sem seus textos. Escreveu isso por uns 5 dias seguidos. Mas nesses dias todos ele não escreveu nada que não fosse apenas um pedido de desculpas e uma lamentação por não ter nada a escrever.

Escrevesse sobre política.

Eu antes escrevia poesia. Postei vários poemas neste mesmo blog, alguns meio juvenis, ingênuos, exagerados, ultra-românticos e adolescentes. Outros um pouco mais vicerais, bêbados, cansados e ultrajantes. Mas nada que me deixasse emocionado, ou deslumbrado. Nunca mais escrevi poesia.

Já escrevi sobre sexo. Já escrevi sobre desilusão. Sobre mentiras. Sobre drogas. Sobre absurdos. Mas não neste blog. Este é meu blog público, apesar de ser o meu espaço soberano, onde, teoricamente, posso escrever o que quiser, algumas coisas são melhores ditas se não forem escritas aqui, se não forem públicas. Muitas portas podem se fechar se tudo for dito. A verdade carrega consigo grandes consequências.

Diante disto eu posso concluir que este espaço não é meu. Mas é um espaço para dizer amenidades. Para publicar futilidades e pensamentos superficiais. Porque as profundezas são demasiadamente lodosas para virem à tona publicamente.

É melhor o não dito que o escancarado desperdício de dizer o que ninguém quer ouvir. É melhor apenas a promessa de dizer algo, a promessa de algum dia contribuir com uma bela narrativa para deleite alheio. Que escancarar as escaras na cara de quem não quer saber a verdade.

É melhor esse adiamento de possibilidades. Essa insistência em não ser. Essa insistência em não dizer.

Tudo o que eu queria hoje era estar na praia, na beira do mar. Com ela.
E não apenas estar lá, mas saber que posso estar lá sempre que quiser. E tomar uma água de coco, tomar um banho de mar. Sentir a força intangível das ondas, que passam por mim sem que eu saiba exatamente o seu tamanho e as suas consequências.

Quero saber tudo. Sempre quis. É um impulso, uma vontade que não consigo evitar. Mas é melhor que eu não saiba algumas coisas.

Existem sentimentos que eu quero que morram dentro de mim. Sentimentos que me cansam. Que me deixam exausto. Que me desgastam e não têm solução nenhuma.

Escutei coisas que não devia ter escutado. Foram me ditas palavras que nunca quis ter escutado, que não gostei de ouvir, e que me machucaram profundamente.

Agora eu sou um homem de coração partido e que mede as palavras.

Enfim hoje é domingo. E a ampulheta do dia está escorrendo. Se eu não correr não terei meu almoço. Não terei minha praia. Não terei o meu descanso que tanto preciso.

Melhor não ficar me justificando a ninguém aqui, e deixar de perder o meu tempo e ir fazer o que preciso fazer. Descansar meu coração.

domingo, dezembro 05, 2010

Escrevendo...

Ok, vou escrever um pouco, mas não aqui. Esse blog já está um pouco abandonado mesmo.

Devia terminar de editar o que tenho aqui pra editar, mas confesso que não estou com nenhuma paciência pra isso. Eu não sou editor e quero continuar não sendo.

quarta-feira, novembro 24, 2010

Logo logo passa

Se deixar assim, sem pensar nem chamar, logo logo passa. Vai mudar e partir esse rio que desagua aqui e agora, vai secar, vai mudar de caminho.

segunda-feira, novembro 22, 2010

vendaval

Esses dias em que nossos pensamentos voam por tantos lados, imaginando essas montanhas de sentimentos e vontades, e tudo completamente desorganizado, perdido no meio de um momento da sua vida, no meio de um caos de acontecimentos e pessoas, esses dias são difíceis.

Ai se tudo acontecesse quando a gente quer, e se a gente estivesse pronto pra o que estivesse acontecendo na hora que acontesse. Mas tem esse kairós, essa falta de kairós.

Ah se fosse assim, ou se fosse assado... mas se não fosse assim seria melhor? Ou será que o melhor é o que está sendo, ou será que seria assim o que não foi?

O jeito é fechar os olhos por um tempo e seguir com o que tem que seguir. Tocar pra frente o que tem que tocar. Não adianta ficar pensando muito, perguntando muito. Esperando tanto.

E tem coisas que a gente tem que deixar morrer mesmo. Por mais dor que isso possa causar. E como dói.

Eu já devia estar dormindo há pelo menos duas horas, mas um vendaval de pensamentos assola minha cabeça. Eu estou perdido em pensamentos.
Deitar na cama e dormir agora vai ser um ato de coragem, porque dormir para acordar e enfrentar o que está por vir amanhã e todos esses próximos 10 dias que se seguem vai ser uma aventura.

Vou dormir.

sábado, novembro 06, 2010

Balanço do ano

Ainda não está na hora do clássico "balanço do ano", mas já to pensando em como vai ficar. Esse ano foi o mais intenso profissionalmente da minha vida, começou no dia 1 de janeiro, rodando um curta com fimagem noturna no sítio. No dia 2 rodamos outro curta, um que foi premiado no Festival Internacional de Curtas de São Paulo. Ou seja, o ano começou com a corda toda, e foi assim durante todo o ano. Foram vários curtas (com minha participação, ao todo, foram 11... nossa!).

Muita coisa mudou, muito mais do que eu esperava, muita coisa pra melhor, alguma pra pior, ou diferente, não sei, estou solteiro agora, depois de um tempo namorando. E está sendo bem intenso isso, morando sozinho, me entregando ao trabalho e à reflexão... e outras coisas também.

Não sei ainda o que esperar do ano de 2011. Só sei que vai ser bem legal, certamente. Talvez eu passe a dividir o meu apartamento com alguém. Morar sozinho, às vezes, é muito solitário (e caro). Tem suas vantagens, claro, mas eu ando meio cansado de estar sempre sozinho neste apartamento vazio e grande. Vou pensar nisso.

Vou pensar agora também no meu filme de natal, que será uma experiência muito interessante. Vou ver se convenço meu irmão a fazer um plano pra mim na festa de natal na casa do meu pai (porque eu vou fazer outros).

Que venha 2011, ainda falta 2 meses e muita enxurrada vai passar, mas muita mesmo, mas já estamos quase lá. Eu sei que essa semana entro em mais um processo intenso de trabalho e minha próxima folga deve ser no natal. O jeito é olhar pra frente e seguir com força nas tarefas, sem desanimar, porque vem coisa boa.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Preguiça

Fazia tempo que não sentia essa preguiça, acho que foram os dias de excesso de trabalho que me deixaram assim. Estou há uns 4 dias preguiçoso, mas está passando. Isso que dá ficar virando noite, se matando em quinhentos projetos, uma hora você fica saturado e tem que dar uma relaxada, nem que seja à força!

Bom, hoje eu to voltando a escrever, não aqui no blog, aqui só essas parcas linhazinhas, mas estou escrevendo alguns projetos. Vamos ver o que sai.

sexta-feira, julho 16, 2010

nostalgia

I'm going to Rio de Janeiro next week. Such nostalgic place.

sexta-feira, abril 30, 2010

Os Famosos e os Duendes da Morte


Queria escrever alguma coisa sobre esse filme, mas não agora, pois estou com muita pressa e preciso trabalhar.

Assisti ontem e me impressionou muito pela qualidade, sensibilidade e impacto que me causou. Saí do cinema mudado, com a cabeça inundada em pensamentos e sensações, e é raro quando acontece isso. Fazia muito tempo que um filme não me tocava tão profundamente.

Enfim, queria escrever logo pois sei que ele deve sair de cartaz logo, está passando somente às 18 horas no Unibanco Arteplex do Frei Caneca, e é um filme que precisa ser visto, e no cinema.

sexta-feira, abril 23, 2010

segunda-feira, abril 19, 2010

Nina - Heitor Dhalia






Ontem vi "Nina", e, diferente do que eu mesmo esperava, gostei do filme. Não gostei tanto quanto poderia ter gostado se estivesse um pouco melhor dirigido, com algumas cenas mais bem resolvidas, mas gostei. Por ser o primeiro longa de Heitor Dhalia eu achei que estava bom, em geral os primeiros longas que se vê por aí são bem piores. Mas a evolução dele como diretor é enorme, basta ver "O Cheiro do Ralo" para perceber.

O destaque do filme é a Miriam Muniz, que faz a personagem Dona Eulália, e as animações, que são excelentes. A trilha sonora está bem colocada na maioria dos momentos. Dá pra ver uma influência da linguagem do cinema publicitário na direção do filme, e dá pra ver que Heitor é um diretor com futuro, que faz um cinema diferente do que se faz por aqui.

O filme não chega a ser um grande filme, nem dá pra dizer que é um filme muito bom, mas tem seu valor positivo.

sábado, abril 17, 2010

Barravento


A história é muito interessante, se passa num vilarejo de pescadores na costa da Bahia, um lugar isolado, com apenas uma pequeno contato com a cidade e a civilização: o comércio de peixes.
São pescadores negros, uma parte deles ex-escravos, que são obrigados a venderem seus peixes mais baratos para o dono da rede. A história se passa pouco tempo depois da abolição, com esse peso da história escravagista de nosso país pairando sobre os personagens.

A dramaturgia do filme é excelente, com pontos muito interessantes em jogo, como o ciúmes de Iemanjá sobre rapazes jovens e bonitos que são pescadores. E toda a ilustração musical com temas afro-brasileiros (mais afro que brasileiros) tem um valor histórico e estético enorme.

E, ainda por cima, é o primeiro filme do Glauber, que já mostra talento na direção, apesar de, para os dias de hoje, ser algo bem difícil de se julgar, já que todo o mis-en-scéné tem outra estética, outro ponto de partida, e todo o trabalho cinematográfico é diferente.

sábado, abril 10, 2010

Fazendo hora extra para mim mesmo

Durante os dias da semana tenho trabalhado desde as 8 ou 9 até umas 19, e depois disso eu trabalho para mim mesmo até as 22:30.

Na páscoa eu trabalhei para mim mesmo nos 3 dias. E hoje estou fazendo o mesmo.

Enfim, quais são os meus planos? Dar a volta ao mundo.

Em três semanas eu enviei meu vídeo "Vou Mandar Pastar" (videoclipe da música do Vinícius Calderoni) para 21 festivais pelo mundo afora. Japão, Finlândia, EUA, França, Itália, Espanha, Portugal, Brasil... E o "Noise James!" (videoclipe da música do Macaco Bong) enviei a 11 festivais...

Enfim, agora vai.

Na semana que vem começam as primeiras respostas. Até agora eu só tive uma: não. Mas é um outro projeto, mas, enfim, vou receber vários "nãos", certamente, mas sei que receberei muitos "sims", então vou continuar mandando bala.

segunda-feira, abril 05, 2010

As Multinacionais e as picaretagens

Eu não entendo como empresas grandes, que prestam serviços à tanta gente, podem seguir por aí cometendo atos ilícitos, irregularidades e diversos tipos de picaretagens em suas prestações de serviços.

Veja o caso da NET, por exemplo, que pratica, além de outros atos, a venda casada de seus produtos descaradamente. Ao oferecer seus combos sem a possibilidade de aquisição do produto individualmente (sem a possibilidade de aquisição).
Por exemplo: eles me vendem um serviço com 1 Mega de internet, + telefone, + TV a cabo que não uso e não quero. Porém, se eu quiser me livrar de pagar a TV a cabo serei obrigado a aumentar a minha velocidade de internet, aumentando assim para o triplo o preço da minha internet. Vou completar 2 anos de contrato com esses canalhas, totalizando em aproximadamente R$ 1000,00 de serviço pago não utilizado.
Venda casada = ilegal.

E que opção eu tenho? Nenhuma. Me diz qual operadora não pratica esse tipo de irregularidade? Todos praticam. Eu sou obrigado a aceitar, embora já tenha feito inúteis reclamações ao Procon.

Outra irregularidade são os contratos que prevêem multas caso você rompa em até 18 meses. Veja bem 18 MESES! É como um aluguel de casa, não faz o menor sentido você pagar uma multa por "fidelização" por uma prestação de serviços. É ridículo. É ilegal.
E outra coisa, se a empresa não cumpre o contrato nada acontece. Mas se você não paga seu nome é protestado.

Todo mês a minha internet cai um, dois ou mais dias, e eles avisam que é uma manutenção no sistema ou "problemas" na rede, mas é curioso notar que, no final do mês, quando chega a conta, eles cobram este dia em que não prestaram o serviço. Mais uma irregularidade.

E se você atrasa o pagamento? O que acontece? Eles cortam o serviço!!! Eles simplesmente cortam o serviço, o que é ilegal. E ainda por cima, ao receber, não descontam pelos dias de serviço não prestado. Isso é uma pratica abusiva comum de diversos tipos de serviços, telefonia, internet, tv a cabo... etc. Outro absurdo.

E onde está o MP estadual nessas horas? Os caras não fazem nada? Pra quê pagamos impostos para eles, se não trabalham?

Alguém aí que está lendo é do Ministério Público e poderia me responder, por favor?

sábado, abril 03, 2010

"Shutter Island"


Acabei de ver "Ilha do Medo", do Scorcese. Razoável. Não mais que isso. O filme é interessante, um roteiro bom, bem delineado, uma direção razoável, atores bons.
O destaque do filme é a atuação do Leonardo Di Caprio, o cara é muito bom, desde "Gilbert Grape, Aprendiz de Sonhador" já dava pra saber. Ele consegue atingir profundamente o personagem, se transforma completamente (apesar de não funcionar em qualquer filme, com qualquer diretor).

Os maiores defeitos do filme são o excesso e a superficialidade. Falta sutileza.

Logo no início do filme dá pra sentir, nos primeiros planos já temos uma atuação carregada do protagonista (Di Caprio - apesar de bom ator a direção não contribuiu). Em seguida começam os primeiros problemas técnicos de continuidade de cena, temos vários cortes "sujos", com mudanças no tom dos atores, mudanças nas posições, erros básicos de continuidade.
Me parece muito arrogante criticar a direção do Scorcese, mas eu senti tudo isso.

Na entrada da ilha temos excessos gigantescos da direção, temos um quase encavalamento temporal nas cenas da entrada do carro que os conduz dentro da ilha (o encavalamento se dá quando uma cena/plano tem mais de um início, que se repentem após o corte - é um erro de montagem, mas que só passa a existir por conivência da direção). Esses planos começam com uma filmagem em terra, mostrando o carro passar, em seguida dentro do carro, depois uma fimagem feita por um helicóptero, depois uma grua, depois uma câmera paralela ao carro, grua novamente, câmera alta, em seguida uma subjetiva do carro... enfim, a sensação que deu foi a de que o orçamento precisava ser justificado de alguma forma - parece que o diretor e o montador estavam extremamente inseguros e indecisos a ponto de não conseguir descartar nada do que tinha sido filmado para a "entrada triunfal" do filme - bem coisa de cinema Estadunidense.

Outro problema que me incomodou bastante foi o desenho de som, nesse caso uma questão puramente técnica, como em "Benjamin Button" eles pecaram em alguns detalhes, pequenos detalhes que ficaram sobrando e estragaram tudo. Entre eles um arquivo de um canto de pássaro repetido, que foi usado numa cena num lago, um som de arquivo que já foi muito aplicado por aí afora (eu mesmo já ouvi ele num arquivo de protools), enfim, o tipo de detalhe que passa batido, mas estragou tudo, pois os caras tinham condições de criar algo, ou usar de forma mais sutil um arquivo cliché desses. Os diálogos estavam com alguns defeitos no som de fundo também, com cortes sujos, logo no início do filme dá pra ver que houve uma "limpeza" grosseira do áudio das cenas, tirando sons entre falas - uma prática de iniciantes.

A montagem do filme prejudicou muito os atores, houve um momento extremamente e especialmente grosseiro, onde cortaram e costuraram uma fala colocando o ator Mark Ruffalo de costas falando algumas palavras com um tom completamente desconexo com o resto.

No fim o que todos esses pequenos (ou grandes) problemas culminaram foi numa fraqueza estética e uma fraqueza de conjuntura, uma falta de unidade no filme. Faltou estilo, faltou uma personalidade. Ficou com cara de filme de açougue, que se faz industrialmente, um atrás do outro, como uma mercadoria.

Enfim, falta originalidade, falta humanidade. É um produto industrial, pode ser até considerado de boa qualidade, mas não deixa de ser um produto industrial, um insumo. Sem conceito, sem arte, cheio de fórmulas.

terça-feira, março 30, 2010

"It Might Get Loud"


Três guitarristas de três diferentes gerações juntos, uma lenda, Jimmy Page, um classico do pop rock, The Edge, e um de agora, Jack White.
São três ícones da guitarra reunidos, com grandes contrastes entre as suas vertentes musicais e a sua forma de se relacionar com o instrumento. E é interessante até notar a diferença das roupas e postura deles, Page com um sobretudo escuro, terno, cabelo comprido clássico, Edge meio grunge, anos 90, com um gorrinho na cabeça, e White vestindo gravata, suspensório retrô, chapéu, meio geração 2000. Isso diz muito sobre cada um deles, o que eu não esperava.

A estrutura do documentário é cronológica, mostrando um pouco da evolução de cada um dos três guitarristas, sua infância, adolescência, contato com a música, e amadurecimento. A forma como essa estrutura é trabalhada é muito interessante, pois cada um deles tem uma forma de contar, e são histórias muito diferentes, trabalhadas como narrativas paralelas, com separação em blocos, e cada bloco tem uma definição meio poética, tipo "de repente tudo mudou"...

É muito difícil comparar os guitarristas, dá pra dizer que um é melhor que outro, um é mais criativo e tal, mas não acho que seja um bom caminho para se partir. Afinal são muito diferentes, vale mais a pena observar o encontro das três diferentes gerações, Page e Edge com diferentes pioneirismos e as releituras do Jack White, que tem influências sonoras parecidas com Page.
Se observar o filme do ponto de vista da música The Edge fica um pouco deslocado, mas ele tem um peso interessante dentro do filme, de uma vertente pop, da guitarra ritmica e cheia de efeitos, que influenciou uma penca de guitarristas e bandas da atualidade, e Page, não tem nem o que dizer, o cara é um dos pais do que a música é hoje, tão relevante quanto Hendrix e outros pesos-pesados.

Enfim, é um documentário altamente recomendável para quem gosta de um bom rock e guitarras.

segunda-feira, março 08, 2010

Vou Mandar Pastar

Finalmente online meu mais novo trabalho, o videoclipe da música "Vou Mandar Pastar", de Vinícius Calderoni. Neste aqui eu fiz direção, roteiro e edição.

http://www.youtube.com/watch?v=7U5jZ5sskns

quarta-feira, janeiro 13, 2010

I'm a bad best friend

Tava ouvindo essa música agora, do Nada Surf, e me lembrei que precisava dizer: meu joelho já está quase bom, só preciso voltar ao médico para um último exame, mas acho que não vou precisar nem de fisioterapia, apesar de que ainda vou ter que esperar uns 2 meses para poder voltar a correr.

Um sorriso de domingo

Esses dias todos eu tenho pensado muitas coisas que não andei pensando nos últimos meses, em toda a vontade que eu tenho de voltar para o velho continente e passar muito tempo por lá, peregrinando por várias daquelas cidades, conhecendo as entranhas européias. Tenho muita vontade de largar tudo o que estou construindo aqui e ir passar uns tempos por lá, mas ao mesmo tempo eu ando bem satisfeito com o que está acontecendo aqui, com o que estou construindo e com os meus planos.

Esses últimos dias eu tenho pensado até coisas que não tinha pensado nos últimos anos, em pessoas que convivi, conheci e tudo o que aconteceu.
Me lembro de uma fase da minha vida em que tive uma epifania com o tamanho das coisas, do mundo, as pessoas, as quantidades de acontecimentos que podem se assomar à vida de uma pessoa.
E o mais difícil de tudo isso é conviver com a saudade das pessoas que já não fazem parte da sua vida, e a vontade de saber como estão essas pessoas que estão distantes, que já não são parte do seu dia.

Mas sempre tem o agora, o hoje e esse instante, que é quando estão acontecendo outras milhares de coisas. Sempre tem o céu e o mar e o acaso.