sexta-feira, janeiro 27, 2006

Vazia Jornada

Quando eu me for
E o silêncio me abraçar
Quero que o mundo me esqueça,
Me apague da Terra,
Me deixe voltar
Ao que antes eu era.

Quando eu me for
Se alguém sentir minha falta,
Não quero frases
Nem homenagens,
Não quero lágrimas
Nem piedades.

Quando eu me for
Não quero nenhuma flor,
Não quero ser enterrado,
Em uma caixa trancado,
Eu quero ser libertado,
Quero ser esquartejado.

Não quero lapide,
Nem rosas decepadas,
Nem quero noites veladas,
Eu quero o nada,
Vazia jornada.

Que desça do céu azul
Um grande e imponente urubu,
Devore as minhas entranhas
E voe até as montanhas,
Deixe a minha carcaça
Sozinha no meio da praça.

Nenhum comentário: