segunda-feira, janeiro 30, 2006

carcaça

Aqui nossas vidas se separam,
Eu sou a carne e você é a caça,
E como ramos de uma árvore morta
Eu sigo cego e seco prum fogo
Que alimenta minha estranha tristeza,
E me consome até que você me esqueça.

Já se passou mais um dia,
Atravessei mais uma noite,
Sem ouvir sua voz,
Sem sentir o seu cheiro,
Sem tocar seu olhar
E sem beijar o seu beijo.

Aqui a minha vida se divide
Eu sou a vontade e você é a graça,
E como fotos que aos poucos se apagam
Me despeço disperso e sem mágoas,
Do meu corpo resta apenas o esboço,
Da minha alma um caricato rascunho.

Um comentário:

Carolina disse...

Sou um rascunho, um esboço, uma obra indefinidamente inacabada.