sábado, abril 17, 2010

Barravento


A história é muito interessante, se passa num vilarejo de pescadores na costa da Bahia, um lugar isolado, com apenas uma pequeno contato com a cidade e a civilização: o comércio de peixes.
São pescadores negros, uma parte deles ex-escravos, que são obrigados a venderem seus peixes mais baratos para o dono da rede. A história se passa pouco tempo depois da abolição, com esse peso da história escravagista de nosso país pairando sobre os personagens.

A dramaturgia do filme é excelente, com pontos muito interessantes em jogo, como o ciúmes de Iemanjá sobre rapazes jovens e bonitos que são pescadores. E toda a ilustração musical com temas afro-brasileiros (mais afro que brasileiros) tem um valor histórico e estético enorme.

E, ainda por cima, é o primeiro filme do Glauber, que já mostra talento na direção, apesar de, para os dias de hoje, ser algo bem difícil de se julgar, já que todo o mis-en-scéné tem outra estética, outro ponto de partida, e todo o trabalho cinematográfico é diferente.

Um comentário:

Cristiano Contreiras disse...

Um exercício pleno de belo conceito!