sexta-feira, março 10, 2006

Dias amontoados

Como é fácil sonhar
Esses versos míseros e mesquinhos
Cruzando a distância de uma janela,
Rápido como começou
Acabou e sumiu.

Esses dias amontoados
Sem glória e sem passado
Somando-se aos montes do tempo.

Me lembro do ano passado
Dentro daquele quarto
Meus olhos vendados
Tocando o desconhecido,
Do outro lado da janela.

Essa vida acumulada
Nas estradas, sobre o asfalto,
Correndo do mundo e do medo.

Escrevo uma carta eterna
Que nunca será mandada.
Escrevo dia e noite
Todas as palavras para o nada.

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