quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Ventania

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O vento varreu a cidade, levando embora o que era leve.
Evaporei.
Diluído seu olhar na minha lembrança, quase esquecido até,
Longe desta dança,
Dança fúnebre,
Repousam seus olhos em outro
Em outra coisa, outra vida.

Longo como a noite no inverno polar
Meu mundo se desconstrói e volta a ser ruína
Novamente zero como quando quero o que não existe nem resiste como um desejo a ser desejado
Quando desejo o impossível, infinito.
Porque sou, no fundo, uma criança mimada, um fingidor, mentiroso e fútil, como as flores amputadas que um homem dá a uma mulher para se desculpar da mágoa causada por um capricho.
Sou um grão de areia no deserto,
Sou uma sombra na noite sem lua nem luzes,
Um nada no meio de tudo,
Uma gota de água no mar que o sol evaporou para chover de novo,
E de novo,
E de novo.
Como vem chovendo nos últimos bilhões de anos da eternidade.

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